Sair com a escola. (Im)mobilidades e experiências desportivas e culturais entre jovens de famílias hortícolas

Resumo

Este trabalho reflete sobre as mobilidades e imobilidades cotidianas de jovens de uma zona de quintas de horticultura em relação à sua condição de estudantes no periurbano de uma cidade intermediária, considerando suas implicações na vida social e em suas experiências escolares. Trata-se de resultados de uma pesquisa etnográfica em uma instituição de ensino secundário de gestão estadual em Paraná (Entre Ríos), que, classificada como urbana, recebe estudantes residentes no bairro onde está situada, assim como da zona de quintas com a qual faz fronteira. Nesta etnografia, um conjunto de práticas esportivas e culturais promovidas pela instituição educacional e caracterizadas como do âmbito do “socioeducativo” emergem como facilitadoras de deslocamentos e usos de espaços que são significativos na perspectiva dos jovens, especialmente daqueles que vivem e trabalham nessa zona e para os quais reconfiguram suas experiências de (im)mobilidade espacial. Observar como se movem, por quais espaços circulam, quais lhes são vedados, quais deslocamentos são significativos, quais fenômenos os propiciam, que estratégias empregam, de quais recursos se beneficiam, que condicionantes superam, entre outras questões, possibilita compreender processos que limitam, favorecem ou permitem o acesso e uso de espaços, de diferentes recursos materiais e simbólicos por parte da juventude, assim como suas experiências em um contexto marcado pela desigualdade e exclusão social.